domingo, 26 de setembro de 2010

A Sabedoria do Buda

O príncipe Sidharta, nascido na riqueza, transformou-se no Buda, o Ser desperto e iluminado. Ele abandonou o palácio de seu pai quando descobriu a existência do sofrimento e da tristeza no mundo.
Muitas e muitas histórias são contadas a respeito da vida e dos ensinamentos de Buda. Aqui esta uma delas:
Buda caminhava calmamente por uma densa floresta quando resolveu se sentar embaixo de uma linda árvore frutífera. Assim que ele cerrou os olhos, uma luz clara começou a emanar do seu corpo, um cheiro de frutas misturado com flores começou a se espalhar em torno do Mestre. A floresta inteira parecia paralisada, enfeitiçada com a presença do Ser desperto.
Próximo a floresta, um dos primos do Buda, Devadatta, sentindo a presença do Mestre, decidiu ir observá-lo. Devadatta era um homem perverso, invejoso e ciumento, que passava boa parte do tempo falando mal de Buda. A raiva e a inveja de Devadatta eram tamanhas que até matar o primo passava pelo seu pensamento.
Quanto Devadatta viu Buda sentado e meditando embaixo da árvore frutífera, foi tomado de um ódio mortal. Esperou o primo se levantar  e o seguiu.
Buda saiu da floresta e começou a andar numa estreita estrada; acima dele havia um pequeno penhasco. O maldoso Devadatta correu penhasco acima, olhou para baixo e decidiu que jogaria uma enorme pedra na cabeça de Buda.
Quando o Mestre passou bem abaixo de onde estava seu primo, este empurrou a enorme pedra. Quando Devadatta olhou para baixo, viu que a pedra tinha caído ao lado de Buda, que continuava com um ar sereno no rosto. Por dois segundos, os primos cruzaram o olhar, e Devadatta cruzou com seu primo Buda numa ruela perto do mercado principal.
- Bom dia, Devadatta – disse Buda, com um sorriso no rosto.
O primo perverso não entendeu por que Buda o estava cumprimentando, ainda por cima com um sorriso no rosto.
- Mestre, não está bravo comigo? – balbuciou Devadatta.
- Não, por que deveria estar? – perguntou Buda, com uma serenidade indescritível.
Devadatta estava confuso, e por poucos segundos encarou o olhar amável de seu primo iluminado.
- Mestre, não se recorda da pedra e do penhasco?
Buda deu três passos em direção ao primo, tomou-lhe a mão e respondeu:
Hoje você não é mais aquele que atirou a pedra em mim, e eu nem sou mais aquele que sentiu a pedra cair ao seu lado.
Devadatta sem saber o que dizer, abaixou a cabeça, afastou-se de Buda e desapareceu.
              
                     (Extraído da obra “As 14 Pérolas da Índia” I. Breman / I. Ziberman) 

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