domingo, 26 de setembro de 2010

A Sombria Face do Ódio

O ódio, esse famigerado adversário do ser humano, é o perverso genitor da vingança que tantos males proporciona à sociedade.
Iniciando-se na raiva, condensa-se em emoções perturbadoras que se convertem em tormentos destruidores de q                eu as criaturas terrestres ainda não se resolveram por banir em definitivo do seu comportamento.
Herança hedionda do primarismo por onde o Espírito transitou em experiências passadas, responde por terríveis males que assolam a Terra.
Guerras e terrorismo, perseguições cruéis e estúpidas, preconceitos e crimes inomináveis são frutos espúrios das suas articulações nefastas.
Nutrindo-se do cultivo dos pensamentos doentios, trabalho os tormentos defluentes da inferioridade moral do indivíduo, convertendo-se em enfermidade grave a devorar igualmente  aquele que o cultiva.
O ódio é vírus mortal que infecta as pessoas inadvertidas e as domina, tornando-as fatores de destruição onde se encontram.
O seu antídoto é o amor feito de compaixão e de amizade, que constitui recurso terapêutico legítimo para restituir o equilíbrio, a saúde moral.
Quando o ódio se instala nos sentimentos, de imediato se apresenta o desejo de vingança que, de forma alguma, proporciona a reparação do mal que lhe deu origem. No desvario que encoraja, fixa-se o anseio pelo desforço, por ver sofrer aquele que produziu dano ou aflição.
O outro, aquele que é tido por adversário, passar a ser uma figura detestada, sendo vigiada e mentalmente perseguida, sem nenhuma chance de reparação do equívoco, porque o ódio não permite ao infeliz a sua recuperação. Compraz-se em vê-lo sofre até a exaustão, numa terrível conjuntura de poder desalmado que, nada obstante, torna mais desventurado aquele que pensa estar desforçando-se, porque a sua sede de vendeta é insaciável e nada consegue diminuir-lhe de intensidade.
Normalmente, esse atormentado vingador anela pelo desencadear de múltiplas dores e angústias ou de tormentosas mortes que pareceriam aliviar as suas agruras sofridas, infligindo-as ao agendo do seu padecimento.
Quando se promove a vingança que o ódio engedra, aquele lhe padece a injunção deseja a destruição do outro matando-se também, o que é profundamente desolador e irracional.
Toda onda de inimizade que se direciona contra outrem, responde pelos transtornos que lhe dão origem.
O ser humano encontra-se programado para o amor e para a plenitude.
As dificuldades enfrentadas devem constituir-lhes estímulo para o avanço, com a natural administração das ocorrências infelizes que se lhe devem transformar em experiências de sabedoria.
A destruição do inimigo a que se odeia, não traz de volta a paz que ele roubou, quando investiu contra o seu irmão.
Constituem exemplos de dignidade e de elevação espiritual as vítimas que não se alegram com as desgraças dos seus algozes, ou que, contribuindo com a justiça, não têm como meta torná-los infelizes, objetivando somente recuperá-los sob as determinações e impositivos das leis que regem a sociedade.

(Extraído da obra “Atitudes Renovadas” – capítulo 24 – Divaldo P. Franco/Joanna de Angelis)

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